QUANDO
NIETZSCHE CHOROU (IRVIN D. YALOM) e ONZE MINUTOS (PAULO COELHO)
Você pode querer me
perguntar o que os dois livros tem em comum, ou na menor das hipóteses por que
os dois? Na verdade eles podem ter tudo ou nada em comum dependendo do seu
ponto de vista. O meu, declaro agora.
Os dois livros são exemplos
de superação vividos pelos personagens que no desenrolar da trama vão se encontrando
consigo mesmos. A verdade lhes aparece conforme nas palavras do narrador de Quando Nietzsche chorou, “cada um vai
limpando sua chaminé”. E limpar a chaminé significa por pra fora seus altos e baixos, ponderando,
descobrindo-se. Ou quando Maria, personagem que narra Onze minutos, nos diz que suas escolhas foram suas e ninguém a
obrigou a fazer nada que não quisesse.
A história de Yalom creia-me
é difícil no primeiro momento, mas você vai se embrenhando páginas adentro e se
descobre em uma sessão intensiva de terapia e não consegue mais desgrudar do
livro. É como se você estivesse naquelas conversas e as suas dificuldades
fossem sendo desvendadas uma a uma.
Embora os personagens tenham
existido, acredite a história é ficcional, a trama criada pelo autor é
envolvente. Estou atrasada em minha leitura, o livro já foi visto por 100
milhões de pessoas e eu sou apenas mais uma leitora e como diz a música “fiquei
fã”.
Em certa passagem, no capítulo
15, ao filosofar com Breuer, Nietzsche diz que “O espírito de um homem se
constrói a partir de suas escolhas”.
É em Onze minutos que Maria afirma o tempo todo que suas escolhas
dependem única e exclusivamente de si próprio?. A resposta é sim.
Os dois livros contam com
poucos personagens, então você consegue lembrar-se muito bem de cada um deles. Acompanha
o desenrolar da trama, como se não quisesse que o livro
terminasse, afinal, terminando a história, termina também nossa sessão de
terapia gratuita.
E tentando não fugir do tema
do nosso blog, “desgustação e leitura”, vou me aventurar a um cardápio
austríaco-suíço. Explico: a história de Nietzsche se passa na Austria, enquanto
que a de Maria se passa na Suíça. Embora no livro de Paulo Coelho só me lembro de vinhos e queijos, mas como sei que os dois
países, vizinhos, compartilham de gostos tão semelhantes
pela comida, opto por um cardápio mais austríaco. Em vários trechos do livro de Yalom, podemos sentir e até saborear
a comida, como na página 45:
“Os Breuer, como a maioria dos vienenses,
faziam sua refeição principal ao meio-dia e comiam um modesto jantar de restos
de frios. O vidro da porta da cozinha estava embaçado. Ao abri-la, Freud foi
assaltado pelo aroma quente e maravilhoso
da sopa de cevada com cenoura e aipo.”
Ou ainda na página 90:
“Após um típico jantar vienense – uma apetitosa
sopa de repolho com passas, Wiener Schnitel Spatzle couve- de -bruxelas,
tomates empanados assados, o Pumpermickel caseiro de Marta, maçã assada com
canela e creme chantili e água mineral”.
E segue em vários trechos do
livro, exemplos da comida vienense. Foi assim que decidi com meu marido e meu
filho testar um jantar austríaco-suíço cujo cardápio constituiu de batatas
cozidas com manteiga e salsinha, joelho de porco (Eisbein) assado com molho
barbecue, purê de maçã e claro chucrute.
O Eisben comprei pronto da
perdigão, só por no forno, aprovadíssimo e para o purê de maçã e o chucrute
segue as receitas abaixo.
Purê de maçã
4 maçãs, descascadas e picadas
2 colheres de açúcar
1 xícara de chá de água
·
2 colheres de vinagre
·
1 pitada de sal
Chucrute
Ingredientes:
.1 repolho grande cortado em tirinhas
.2 xícaras (chá) de água
.1 colher (chá) de sal
.3 colheres (sopa) de óleo
.2 dentes de alho esmagados
.2 cebolas picadas
.1colher (café) de pimenta-do-reino
.1/4 de xícara (chá) de açúcar
..1 xícara (chá) de vinagre branco
.1 colher (sopa) de farinha de trigo
.1/2 colher (chá) de suco de limão
.1/4 de xícara (chá) de creme de leite
.2 xícaras (chá) de água
.1 colher (chá) de sal
.3 colheres (sopa) de óleo
.2 dentes de alho esmagados
.2 cebolas picadas
.1colher (café) de pimenta-do-reino
.1/4 de xícara (chá) de açúcar
..1 xícara (chá) de vinagre branco
.1 colher (sopa) de farinha de trigo
.1/2 colher (chá) de suco de limão
.1/4 de xícara (chá) de creme de leite
Modo de preparo:
Em uma panela, ponha a água e o sal e leve para ferver. Junte o repolho
picado e ferva por 2 minutos. Escorra e reserve. Aqueça o óleo e refogue o alho
e as cebolas até dourar. Acrescente a pimenta-do-reino, o açúcar. Junte o vinagre misturado com a
farinha de trigo, mexa e ponha o suco de limão dissolvido no creme de leite.
Mexa vigorosamente e retire do fogo. Regue o repolho aferventado e sirva em
seguida.
Dica:Esse é um bom acompanhamento para carnes de porco
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