quinta-feira, 11 de abril de 2013

Curiosidades do romance “O Cortiço”
By Maria Auxiliadora Arsiolli

Terminei de ler O Cortiço e estou mais que fã do naturalismo, tanto que pretendo agora ler algo de Émile Zola, não só eu, mas toda minha trupe. Mas não é sobre ele que venho falar hoje.
Há dias em que se amanhece com a pulga atrás da orelha, já estou assim há uma semana. Quando encasqueto com algo, fica aquele barulhinho no meu ouvido e não sossego até encontrar. Surpresa foi que ao procurar meus barulhos, fui encontrá-los justamente no meu velho e bom companheiro Houaiss, lá, bem explicadinho.
Alguém que já leu o capítulo VII de O Cortiço encontrará a expressão “martelos de vinho”, você saberia me explicar o que é “martelos de vinho?
Já pesquisei de toda forma no Google e algo me diz que há “algo de podre no reino da Dinamarca”. Ou eu sou burra ou o Google tá de brincadeira comigo.
Quem chegou lá vai perceber que a explicação é sobre vinho a martelo o que dá a entender outra explicação para a expressão.  No livro percebe-se que é certa medida de vinho, mas se for ao Google à explicação é a de vinho a martelo, outra coisa. Pra mim é completamente diferente
Achei que fosse algo como o pinch do inglês que é traduzido por pinto imperial ou britânico. É pode rir, mas é isso mesmo e o tal pinto britânico equivale a 20 onças líquidas. Gostou, mas não entendeu a medida, né? Não importa.
Se você for á Inglaterra irá tomar cerveja por pinto e não por caneca ou tulipa.
Em O Cortiço, no capitulo VII aparece assim: “Dentro da taverna, os martelos de vinho branco, os copos de cerveja nacional e os dois vinténs de parati ou laranjinha sucediam-se por cima do balcão,...”
Cap. xiv “... pediu um martelo de parati e acendeu um charuto...
Cap. xv “Fazia-se largo consumo de cerveja nacional, vinho virgem, parati e laranjinha.
No Cap. xix “... o cavouqueiro atirou-se a uma cadeira, despejou sombrio dois dedos de laranjinha num copo...
Idem: ... Habituara-se a beber todos os dias o seu meio martelo de aguardente...
Aí outra dúvida: parati é uma pinga, ou não? E laranjinha?
É por isso que detesto estes livros adaptados, aos raios com ‘stas adaptações. Ora pois.
Mas quem chegará para me salvar?  Ele,nada mais nada menos , o meu querido Houaiss de 2922 páginas, nos últimos meses meio que abandonado. Tudo lá e muito bem explicado. Vamos ver:
Martelo: medida de capacidade para líquidos, equivale a 0,16 l. Também é um copo pequeno para servir aguardente.
Laranjinha: cachaça aromatizada com casca de laranja.
Esta, encontrei no Google mesmo, então não vamos dar tudo por perdido.
Parati: cachaça de Parati. Visite o endereço www.paraty.tur.br/cachaca
“Mesmo sem propaganda adequada, incentivos ou investimento em pesquisas, a pinga é hoje o segundo destilado mais vendido no mundo, com mais de 80 milhões de doses consumidas diariamente. E quem estiver em Paraty poderá se deliciar com a melhor de todas.

A pinga de Paraty tem fama de ser a melhor do país, como demonstram registros históricos. Quando alguém queria pedir uma boa aguardente pedia a que era fabricada em Paraty e logo parati virou sinônimo de pinga.

Dos 150 alambiques que existiam em Paraty no século XVIII, poucos restam hoje. Apesar de não estarem nos locais originais, ou mesmo serem de construção recente, seguem uma tradição secular, cuja técnica vem sendo passada por várias gerações. Esses alambiques podem ser visitados 
 para conhecer os alambiques de Paraty ou para conhecer os rótulos antigos e atuais das garrafas de cachaça paratiense.”
Caso você entre no site mencionado acima é só clicar que você visita os alambiques e os rótulos de parati.
Então fica aqui mais uma informação para aqueles fãs de Aluisio Azevedo.
Mas não posso me esquecer que Marinês me perguntou sobre as camas na idade média. Momento Flashback: lembram-se do Decamerão nossa primeira leitura de 2013? Junto com a discussão do livro, nós assistimos ao filme e nele mostra como as camas eram altas, quase dois metros do chão. Por que?
A resposta vocês encontrarão no Google no blog nas historinhas: noseas camasdecasal da jornalista Adília Beloti.
 XOXO.

3 comentários:

  1. Acho que teremos que encontrar parati e laranjinha para nossa próxima reunião!

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  2. Ana querida, basta clicar em nenhum comentário que abrirá o link postar comentário, aí você manda ver, depois clica em publicar.Bjs. Dôra

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  3. Ah Rayc, não tinha visto seu comentário, por isso respondi o e-mail da Ana. Rapaz essa parati deve de ser (como diz o mineiro) boa demais, já pensou se a moda do tomate pega pra cachaça? O negócio é artesanal desde o século XIX. Acho que vamos ter que pedir pra Ana que está no Rio mandar pra nós. Que você acha? HA HA HA.e Ana,
    Agora se custar um fortuna igual os pomodoros, pode experimentar pra gente que ficamos feliz do mesmo jeito. Bjs Dôra.

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