terça-feira, 23 de julho de 2013

Cidades e curiosidades da obra Germinal de Émile Zola

As cidades citadas no livro Germinal
A história de Émile Zola acontece no norte da França, daí me veio a curiosidade de saber se os lugares mencionados na história eram fictícios ou se realmente existiram ou existem.  A maioria das cidades na história faz fronteira com a Bélgica, cuja capital é Bruxelas, onde também na mesma época ocorreu uma greve de mineiros.
Lille: maior cidade ao norte da França perto da fronteira com a Bélgica e o canal da Mancha. É porta de entrada para a Europa do norte
Valenciennes: cidade junto com a fronteira belga.
Marchiennes-Ville: cidade do departamento norte da França. Ficou famosa depois da história de Zola. Situada em Flandre romana, na região Nord –Pas-de Calais.
Montsou: lugar fictício na história estaria perto da vila de Marchiennes.
Joiselle, última cidade citada na história, para onde Etienne se dirigia, fica na região de Champagne-Ardenne no departamento de Marne no noroeste francês.
A região do Nord-Pas-de Calais era a região das minas de carvão. A mina da história denominada “Voreux” significa Voraz em português. Título que lhe bem cabe. Agora essa região faz parte do patrimônio mundial da UNESCO. Como frisa a própria UNESCO em seu site “as minas são prova viva da busca por um modelo de cidade para os trabalhadores de meados do século XIX até a década de 1960 e ilustra um período importante da história da Europa industrializada”.
No site www.france.fr encontrei a seguinte informação sobre o lugar marcado pela UNESCO: são três séculos de exploração de carvão protegidos em mais de 100.000 km de galerias, 4000 hectares de paisagem, 600 poços, 17 valas, 21 cavaletes de extração, 51 depósitos de minérios, diversas infra-estrutura de transporte de hulha, três estações ferroviárias, alojamento para operários bem como escritórios de mineradoras. Para quem leu a história esses dados soam bem familiares, não?
Outro detalhe que não me passou despercebido foi o do trabalho infantil descrito por Zola. Um dos aspectos mais horrendos das minas na Europa. As crianças que sobreviveram fisicamente, raramente tiveram oportunidade de ter uma educação, exceto a da escola dominical. Ao lado a figura de uma criança puxando um vagonete.
Vi isso pessoalmente quando por volta dos anos 90 visitei a Pensilvania nos EUA e pude descer numa mina de carvão. Rayc dá pra sentir todos aqueles detalhes mencionados por Zola, a humidade, os estreitos corredores, é um horror de fato. 
Devido a greve, em 1894, foi criado um fundo pelos trabalhadores que proibiam crianças com menos de 12 anos de trabalhar nas minas e em 1910, os mineradores conseguiram uma jornada de 8h diárias de trabalho.
Ajudaram-me nesta pesquisa os seguintes sites:
www.wikipedia.org
www1.folha.uol.com.br
www.unesco.org
Por hoje é só. No próximo post comento sobre o filme de 1993, estrelado por Gerard Depardieu. Até lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário