quarta-feira, 17 de julho de 2013

Germinal de Émile Zola


Germinal de Émile Zola
Uau!  Realmente a história de Émile Zola é breath taking, de tirar o fôlego. Foi assim que em uma semana li as quase 450 páginas da Martin Claret. Você não consegue parar de se envolver com as histórias dos personagens, suas vidas tão desgraçadas e de pensar que se não fosse essa gente, para a classe trabalhadora, tudo estaria como no século XIX.
Porém, acredito que muita coisa não mudou, falo do fato do Capital fazer conosco a mesma coisa que as fábricas, as minas fizeram no século XIX, a diferença é que eles se matavam para dar o Capital aos burgueses, agora nos matamos pelo Capital.
Por isso, não consigo deixar de comparar esta história com o filme Guerra dos mundos, protagonizado por Tom Cruise, em que as máquinas se alimentavam de sangue humano. No fim é quase a mesma coisa, pois as máquinas que retiravam o carvão nada mais eram que humanos, movidos a pão e água. Hoje quem nos esfola é o Capital.
Mas que história estou falando? Germinal de Émile Zola. A história foi baseada em acontecimentos verídicos. Zola trabalhou nas minas de carvão, justo onde ocorreu uma greve sangrenta por dois meses. Nesta história, ele mostra que o ambiente social exerce efeitos sobre os laços de família, sobre os vínculos de amizade e as relações entre os apaixonados.
A história foi escrita entre abril de 1884 e janeiro de 1885. Germinal refere-se ao nome do calendário francês republicano, o mês da primavera. Gérmen vem do latim e quer dizer semente. A razão deste nome é porque a novela descreve a esperança de um futuro melhor que germinará entre os mineiros.
Germinal é a 13ª novela da série de 24 volumes Les Rougon-Macquart, nome da série, considerada sua obra de arte. É o primeiro romance a enfocar uma luta de classes no momento da sua eclosão. Para escrevê-lo Zola se inspirou na colossal A Comédia Humana de Balzac.
 A história se passa na metade do século XIX e acontece no norte da França em 1860. Foi traduzida em 100 países, inspirou cinco filmes e duas produções de TV.
A direita vocês podem ver a capa da edição da Martim Claret (2011) e acima também a direita a capa da primeira edição do livro (1885). Esta edição foi escolhida porque esta ilustração baseia-se na pintura de Pelizza de Volpedo e chama-se Os trabalhadores italianos em greve (1905). A tela foi exposta pela primeira vez em 1902, na Mostra Quadrienal de Turim na própria Itália. Durante a preparação do quadro, Pelizza o chamou de “O caminho dos trabalhadores” e quando foi enviado para a exposição chamou-se “Quarto Stato”.“O Quarto Estado” significa revolução social, um verdadeiro simbolismo do sindicalismo mundial e de mudanças. Segundo o site Wikipédia, em sua obra, o pintor italiano “apresenta seus trabalhadores avançando de frente como uma massa compacta à luz da justiça social que está a sua frente. Este trabalho se tornou um símbolo bem conhecido das causas populares progressistas primeiramente na Itália e depois no resto do mundo”. A escolha desta imagem, hoje é de domínio público.

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